[MÚSICA] Bom, agora nós vamos falar pouco dos aspectos clínicos relacionados ao uso dos retinóides. Na prática clínica, as substâncias retinóides diferem entre si principalmente pela potência da atividade retinóide após a aplicação tópica e pelo potencial de tolerância cutânea produzida por este determinado ativo. A potência de atividade retinóide após aplicação pode ser apresentada, sequenciada na seguinte condição. O ácido retinóico é o que apresenta a maior potência de atividade retinóide, seguido do retinaldeído, e por fim, seguido pelo retinol. A ordem da tolerância cutânea é, consequentemente, obviamente, inversa, ou seja, o ativo que tem uma melhor probabilidade de tolerância é o retinol, seguido do retinaldeído, e por fim, do ácido retinóico. Agora nós vamos falar pouquinho das características clínicas envolvidas com o processo de aplicação e uso desses retinóides. O primeiro ativo que nós vamos falar é o ácido retinóico propriamente ativo, então esse é o nosso primeiro dermoativo. O ácido retinóico é considerado o padrão ouro contra o fotoenvelhecimento. É ativo de alta performance, tem inúmeros estudos, histórico bastante robusto e bastante extenso sobre a sua real eficácia e efetividade no combate do fotoenvelhecimento, sendo bastante eficiente para combater os sinais visíveis do envelhecimento, como a expressão de rugas, linhas de expressão, melhora da uniformidade da pele, melhora da firmeza, melhora da elasticidade. Na prática clínica, a administração, uso do ácido retinóico passa dentro de esquema que a gente chama de administração titulada. Ou seja, o paciente, o usuário começa a utilizar o ácido retinóico doses e concentrações menores, e após processo de aclimatação cutânea ele pode usar isso ou com mais frequência ou doses pouco maiores, de acordo com o nível de tolerância da pele. É processo que a gente chama muitas vezes de aclimatação. Eu apresento pouca frequência ou baixa dose esse ativo, a pele acostuma, aclimatiza e seguida eu consigo utilizar esse ativo doses maiores ou uma frequência maior. É sempre muito recomendada a utilização desse produto associada com bom hidratante, muitas vezes. A aplicação de hidratante previamente à utilização do ácido retinóico pode reduzir muitos dos incômodos oriundos da sua utilização. Reforça-se muito a utilização de fotoprotetores, com FPS alto ou muito alto, devido à redução da tolerância a radiação V e infravermelho, oriunda do próprio efeito do ácido retinóico na pele. Reações de fototoxicidade ou fotoalergênicas não foram comprovadamente associadas com o uso direto de retinóides tópicos, ainda assim recomenda-se muito a utilização de fotoprotetores com FPS alto ou muito alto. Alguns efeitos colaterais são relatados, e alguns casos bastante frequentes para determinados tipos de pele. As principais expressões de efeitos colaterais ou eventos indesejados são eritema, condições de quadros de descamação intensa, uma xerose cutânea transiente, prurido, então são os principais incômodos dos usuários que fazem a aplicação do ácido retinóico, principalmente nos primeiros dias de uso. O nosso segundo ativo é o retinaldeído. Quando a gente fala do retinaldeído, a gente está falando do precursor direto do ácido retinóico. Este ativo apresenta uma melhor tolerância cutânea, com vários efeitos biológicos reposta de eficácia idêntica ao ácido retinóico, sendo recomendado regimes de tratamento de fotoenvelhecimento e também alguns quadros de fragilidade cutânea. Então quadros muitas vezes de dermatoporose dentro de uma condição inicial. Este ativo contribui também para combater a heterogeneidade da tonalidade por meio da modulação do turnover celular. Comparação com outros retinóides, o retinaldeído tem excelente perfil de permeação cutânea, sendo capaz de ser reduzido a retinol ou oxidado ao ácido retinóico contato com a pele. Por fim, o nosso terceiro ativo é o retinol. O retinol é a prória vitamina A. Seu amplo emprego cosmético se dá pelos efeitos adversos reduzidos comparação com outros retinóides. Estudo comparativo, o uso do retinol a 1% tópico, comparado a placebo, comprovou melhora histológica estatisticamente significativa a partir do sétimo dia de uso, com aumento do estímulo de fibroblastos e, reflexo disso, estimulando a síntese de colágeno e a redução dos níveis de metaloproteinases. Todos estes efeitos produzindo uma resposta satisfatória na atenuação e melhora de rugas e linhas de expressão. No entanto, como o retinol precisa ser convertido a tretinoína, uma vez contato com a pele, muitos estudos especulam que o retinol pode ser até 20 vezes menos eficaz do que a própria tretinoína. Por isso, para algumas condições, como por exemplo quadros que temos associado à uma condição de acne, o retinol parece não ser tão indicado, por não apresentar uma responsividade biológica tão satisfatória quando nós comparamos este versus outros retinóides. Sua capacidade de absorção da radiação V faz deste composto excelente antioxidante, e por isso muitas vezes ele é utilizado associação com outros antioxidantes, sendo também agente de combate ao estresse oxidativo e combate aos radicais livres presentes na pele. Sua suscetibilidade oxidativa, por outro lado, também chama atenção do ponto de vista de formulação, uma vez que essa suscetibilidade de oxidação faz com que a sua estabilidade uma formulação também seja grande desafio, tanto para as preparações destinadas mais a tratamento dermatológico quanto a tratamento cosmético. [MÚSICA]